Beneméritos Ilustres

Antônio Vaz Monteiro

Era Português, nascido na cidade de Chaves em 17 de abril de 1890, era industriário.

Um homem com visão à frente do seu tempo, ergueu e fundou a Cia Fabril Mineira, construiu o Hangar do Aeroporto e fundou o Aeroclube de Lavras, o Campo de Futebol do Fabril e o Hospital Vaz Monteiro.

Faleceu em 10 de outubro de 1944 aos 54 anos na cidade do Rio de Janeiro.

Dra. Dâmina Zákhia

Dra. Dâmina Zákhia nasceu em Itumirim, em 25/01/1918, filha de Jorge Zákhia e Jamile Salim Zákhia.

Após terminar seus estudos na cidade de Lavras, foi estudar no Rio Janeiro, no Instituto Lafayette, onde fez o pré-farmácia, a pedido do pai. Entretanto, como não era seu desejo, transferiu-se de curso e quando seu Jorge tomou conhecimento, já estava no segundo ano de medicina. Formou–se na Escola Nacional de Medicina. Foi lá que conheceu Dr. Armando Amaral de Souza com quem se casou em 25/01/1945, vindo morar em Lavras, para ficar perto dos pais. 

Por ter-se formado em uma profissão que na época era considerada só para homens, encontrou um pouco de dificuldade no exercíco da mesma, mas com obstinação, determinação, capacidade, venceu todos os obstáculos e deu um verdadeiro exemplo de trabalho.

Naquele tempo, como sabemos, em Lavras existiam poucos veículos automotores e por essa razão, Dra. Dâmina andou muito em lombo de burro e a pé para atender seus clientes na zona rural.

Foi convidada juntamente com seu marido, pelo saudoso Dr. Armando Amaral de Souza, para trabalhar no Hospital Vaz Monteiro, então em construção. Era pequeno, com poucos leitos, mas com grande futuro, o que está hoje provado. Dra. Dâmina teve uma participação ativa na administração, orientação, captação de recursos para a execução da obra. Mas não foi só isso, ajudava na lavanderia, na cozinha, na higienização.

Depois de inaugurado o hospital, e estando o mesmo em pleno funcionamento, realizou seu sonho maior tendo a Daminha  que a vida inteira foi tratada como uma princesa. Teve os netos, engenheiro agrônomo Armando José de Souza Moura, Bruno Luiz e Aloysio. Os bisnetos Ricardo José, João Pedro e Ana Luiza. Sua filha Daminha, que nos forneceu os dados para esta reportagem é advogada atuante em nossa comunidade e vive em um lugar bucólico, às margens da rodovia Lavras-São João Del Rei, em companhia do marido Ricardo, filhos e netos.

Dra. Dâmina foi uma profissional que acreditava na prevenção e na instrução para melhor condição de vida das pessoas. Comprometida com a saúde do povo, fundou o Posto de Puericultura, inicialmente chamado de “Narizinho Arrebitado”, arranjando verba com o jornalista e empresário Assis Chateaubriant. Para que pudesse realizar este sonho trouxe para a inauguração vultos importantes como Jucelino  Kubstichek, então Governador de Minas, Carlos Luz, Almirante Araribóia, o Conde e a Condessa de Paris, sendo o acontecimento resgistrado em um livro de ouro, ainda existente, tendo o evento também sido publicado na revista O Cruzeiro, exigindo assim que o Posto de Puericultura se chamasse Posto de Puericultura Isabel a Redentora, em homenagem à Princesa Isabel, avó da então presente Condessa de Paris.

Fundou depois a Escola Infantil Narizinho Arrrebitado, que funcionava anexo ao Posto de Puericultura, hoje, denominada, Escola Municipal Dra. Dâmina,  

Foi a pioneira nos cursos para suas “mãezinhas” onde ensinava noções de puericultura, higiene, culinária, bordado, costura, pintura de tecidos, boas maneiras. Era adepta ao ditado chinês que dizia: “não dê o peixe, ensine a pescar”. Lana Maia, sua admiradora e seguidora, ainda mantém os seus ideais.

Na parte social, organizava chás, bailes da saudade, bailes das debutantes e foi coordenara do concurso de Miss Lavras.

Presidiu inúmeras entidades filantrópicas como: Posto de Puericultura, Roda da Amizade, LBA sede de Lavras e da Cáritas Diocesana.

Como se vê, sua vida foi dedicada à população lavrense.

Em 1957 foi a primeira mulher a receber a Medalha da Inconfidência Mineira por relevantes serviços prestados à Briosa Polícia Militar de Minas Gerais. Posteriormente foi agraciada com muitas outras homenagens.

Dra. Dâmina Zákhia faleceu em 12/05/1970, logo após fazer bodas de Prata, aos 51 anos de idade, sendo ainda naquela época, a única mulher médica da região. Sua partida deixou um tremendo vazio e uma grande saudade no seio da comunidade lavrense.


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