No último dia 12, o Departamento de Cardiologia e Hemodinâmica do Hospital Vaz Monteiro realizou mais um procedimento terapêutico de alta tecnologia em paciente com quadro grave.
A equipe, coordenada pelo Dr. Marcos Cherem, executou uma cirurgia minimamente invasiva: o implante de uma bioprótese, por via apical intercostal, para substituir uma outra prótese antiga, desgastada, com estenose (estreitamento) grave, que fazia com que a paciente tivesse falta de ar por congestão pulmonar aos mínimos esforços. A cirurgia, conhecida como Valve in Valve Mitral, se mostrava desafiadora devido à anatomia torácica desfavorável e gravidade do quadro geral da paciente.
“A cirurgia tradicional, de peito aberto, seria impossível nesse caso pela gravidade apresentada, pois a paciente, idosa, cursa com a Síndrome de Marfan, uma mutação genética que leva a distúrbios nos tecidos conjuntivos e deformação torácica significativa” explica o Dr. Marcos Cherem.
A Síndrome de Marfan é causada por mutações no gene que codifica uma proteína chamada fibrilina, fundamental para que o tecido conjuntivo mantenha sua força (tecido conjuntivo é o tecido resistente, normalmente fibroso, que une as estruturas do corpo e fornece sustentação e elasticidade). Isso leva a alterações degenerativas em ossos e as articulações, bem como em estruturas internas, como o coração, os vasos sanguíneos, os olhos, os pulmões e o sistema nervoso central.
“A paciente me procurou já que a prótese valvar que havia implantado anos antes já não funcionava, sentindo falta de ar em repouso e aos mínimos esforços e a opção de nova cirurgia aberta, dado o seu quadro atual, traria uma possibilidade inaceitável de fracasso e até morte. Como nossa equipe tem capacitação técnica e equipamentos adequados para procedimentos pouco invasivos e de menor risco, propusemos a intervenção, o que ocorreu sem complicações. Realizamos a cirurgia no dia 12 e no dia 14 a paciente já estava em sua residência” completa o Dr. Marcos.
Participaram do procedimento os cardiologistas Marcos Cherem e Leandro Boueri Unes Ticle, os cirurgiões Clèdicyon Eloy Costa, Gustavo Calado de Aguiar Ribeiro, os hemodinamicistas Dirceu Dias Barbosa Sobrinho e Thiago José de Assis e o anestesiologista Márcio Sérgio Carvalho Silva. A equipe de enfermagem foi coordenada por Suellen Rodrigues da Silva e contou com os seguintes profissionais: Eidimar Aparecida da Silva, Raissa Garcia Gomes, Alexandre Gomes, Sabrina Dimas, Walquiria Tavares e Lorrayne Bruneli.
O Hospital Vaz Monteiro segue como uma das grandes referencias em cardiologia intervencionista preventiva e terapêutica dentro de Minas Gerais e solicita há anos o credenciamento junto ao SUS para atendimento à população da região.