Paciente teve alta hospitalar em menos de 24 horas após procedimento, que foi realizado com absoluto sucesso
O Hospital Vaz Monteiro realizou, no último dia 26 de janeiro, uma cirurgia percutânea (sem abrir a caixa torácica) em um paciente masculino de 96 anos: “Se trata, pelo que sabemos, do paciente mais idoso do Brasil a ser submetido a uma intervenção cardíaca dessa complexidade”, segundo o médico responsável e coordenador do Serviço de Cardiologia do hospital, Dr. Marcos Cherem.
A cirurgia, denominada Fechamento do Apêndice Atrial Esquerdo (AAE), visou reduzir os riscos de que coágulos formados nessa parte do coração viessem a ser levados pela corrente sanguínea até o cérebro, provocando um Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido popularmente como “Derrame Cerebral”.
O paciente em questão apresenta uma arritmia chamada Fibrilação Atrial que aumenta muito o risco de AVC. “É indicado para pessoas com essa arritmia cardíaca, o uso de anticoagulação permanente, porém, ele teve hemorragias graves com esse tipo de medicação, não sendo possível o tratamento medicamentoso. A cirurgia, ao ocluir o Apêndice Atrial Esquerdo, elimina a maior fonte de coágulos do coração para o cérebro, reduzindo enormemente os riscos de lesões cerebrais, especialmente por se tratar de uma pessoa que aos 96 anos é completamente lúcida e ativa” explica o Dr. Marcos Cherem.
A cirurgia, feita através de uma simples punção na veia femural, foi realizada pelos Drs. Carlos Eduardo Bernini, Marcos Cherem, Dirceu Dias Barbosa Sobrinho, Bruno Silva Ribeiro. A sedação foi coordenada pelo anestesiologista Dr. Victor Gonçalves Bahia Júnior. Todo o procedimento é monitorado com o estudo hemodinâmico e ecocardiograma intravascular. Após o encerramento, o paciente foi diretamente para o quarto, não sendo necessária permanência em CTI.
“Não interessa a idade da pessoa, o mais importante é manter a qualidade de vida. É para esse fim que utilizamos a tecnologia visando resolver as necessidades da maneira mais eficiente e menos invasiva, preservando a saúde”, conforme explica o Dr. Dirceu Dias, hemodinamicista.
Essa e outras intervenções cardiológicas realizadas desde 2009 tornaram o Hospital Vaz Monteiro uma das referências em Minas Gerais na aplicação de tecnologias que permitem a resolução de diferentes patologias do sistema circulatório com alta eficiência e baixos riscos para os pacientes. Até o momento, já foram feitos mais de 11.500 procedimentos diagnósticos e terapêuticos na instituição.
“O hospital já manifestou em diferentes ocasiões, de maneira formal, o interesse em credenciar-se pelo SUS em cardiologia de alta complexidade, mas, até o momento, infelizmente não houve uma resposta positiva a essa demanda” finaliza o Dr. Marcos Cherem.